Sociedade de Fronteiras

Sociedade de Fronteiras

4 de Maio, 2019 0 Por Administrador

Sociedade de Fronteiras

 

O desenvolvimento de uma sociedade é fruto do movimento de diferentes forças que atuam sobre diferentes estruturas: políticas, econômicas, sociais, entre outras, que moldam a forma de atuação daquela sociedade. Assim, por exemplo, em espaços urbanos de alta criminalidade o conjunto destas forças já se encontra deturpado. A política, a economia e a sociedade convivem e desenvolvem planejamentos de acordo com a necessidade de proteção contra a violência instituída, motivo pelo qual a sociedade acaba sendo moldada para viver dentro deste espaço vinculado ao conflito diário e permanente. Portanto, mesmo que parte daquela sociedade não atue e nem concorde com tal forma de convívio, normalmente não possui condições para mudar estes “status quo”, nem mesmo transferir-se para outros espaços públicos com melhor qualidade de vida. Neste contexto a sociedade é apenas um retrato da ação das forças que agem e atuam no espaço que lhe é destinada. Quando se trata de sociedades que habitam as fronteiras do país, novos valores acabam sendo inseridos, tendo em vista diferentes forças de ação que emanam de sociedades lindeiras, externas ao território nacional. Neste sentido, tentar compreender a estrutura de desenvolvimento destes povos, torna-se ainda mais complexa, uma vez que as políticas ali desenvolvidas perpassam as fronteiras físicas, atingindo as populações vizinhas, muitas vezes sem um controle efetivo e eficiente das ações desenvolvidas para o alcance dos objetivos propostos. Este emaranhado de culturas faz com que as zonas de fronteiras se transformem em verdadeiras “Torres de Babel”, onde o grande desafio é fazer com que todas estas diferenças convivam harmoniosamente, cumprindo as normas e leis estabelecidas pelas governanças dos territórios onde vivem e convivem. Assim, as políticas desenvolvidas a nível nacional, podem não atender as necessidades das populações situadas nas regiões de fronteira, sendo necessárias políticas específicas para o desenvolvimento daquelas regiões, aproveitando intensivamente os potenciais, singularidades e as características que tais espaços apresentam, e principalmente respeitando e atendendo as diferenças nelas encontradas. Para que haja uma formatação coerente de políticas diferenciadas que atendam às fronteiras é fundamental que se tenha um conhecimento profundo da realidade física, política, econômica e social. É necessário fazer um “raio X” e analisar todas as variáveis que possam mostrar o quanto e como está ocorrendo a evolução ou o retrocesso, não apenas como um retrato eventual de tempos em tempos, mas sim de séries históricas que apontem o quanto determinadas variáveis melhoraram ao longo do tempo, pela auto alimentação indutora do desenvolvimento, ou perderam sua importância pela falta de políticas públicas específicas para tal fim.

IDESF (Estudo divulgado em 30 de outubro de 2015). http://www.idesf.org.br/

 

Materiais de interesse:

– “De olho no prefeito” – http://osbrasil.org.br/wp-content/uploads/2017/02/%C3%89poca.pdf
– Caderno do Pacto Anticorrupção – http://osbrasil.org.br/wp-content/uploads/2016/01/Caderno-do-Pacto-Anticorrup%C3%A7%C3%A3o.pdf
– Sistema Gerenciador de Indicadores de Desenvolvimento Econômico e Social dos Municípios de Fronteira – SINDESF. Criado pelo Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras – IDESF – http://www.idesf.org.br/SINDESF.html
– Características das Sociedades de Fronteiras – IDESF – http://www.idesf.org.br/images/conteudo/publicacoes/Caracter%C3%ADsticas%20das%20Sociedades%20de%20Fronteira%20-%20Diagramado.pdf
– Apenas 4% das fronteiras do Brasil são monitoradas – https://oglobo.globo.com/brasil/apenas-4-das-fronteiras-do-brasil-sao-monitoradas-20839665#ixzz4hAfmsfQd