Ministério Público apura falta de água em Pacaraima; moradores têm dificuldade até para tomar banho

Ministério Público apura falta de água em Pacaraima; moradores têm dificuldade até para tomar banho

10 de Março, 2024 0 Por Administrador

10 de março de 2024

O Ministério Público de Roraima abriu procedimento para apurar o problema de falta de água na cidade de Pacaraima, um dos municípios de Roraima afetados pela seca. A cidade onde vivem mais de 19 mil pessoas tem falta de água encanada e os moradores têm dificuldade até para tomar banho.

O procedimento foi instaurado pela Promotoria da Justiça de Pacaraima. O órgão enviou um ofício para Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), responsável pelo abastecimento de água no estado no último dia 16 de fevereiro de 2024.

No documento, o MP pediu informações sobre a distribuição de água na cidade e as medidas tomadas pela concessionária. “A resposta ainda está dentro do prazo estipulado para o envio. Assim que receber os dados da Caer, o MP analisará as informações e tomará as providências cabíveis”, comunicou.

Por conta da seca, que é agravada pelo fenômeno El Niño, o início das aulas na rede municipal foi adiado e a falta de água também afeta o único hospital da cidade.

A cidade tem 13 poços artesianos públicos, mas, por conta da seca, houve baixa no acúmulo de água no lençol freático e as bombas não conseguem fazer a captação e distribuição.

Com isso, a Caer tem distribuído água por meio de um único caminhão-pipa, mas o serviço só atende 7 dos 11 bairros da cidade. Segundo a companhia, o caminhão-pipa passa duas vezes na semana e cada residência é abastecida com até mil litros de água.

De carro, motocicleta ou a pé, moradores vão ao poço artesiano do bairro Vila Nova, um dos 13 poços da cidade, para conseguir água. A estrutura é totalmente improvisada. Para tirar a água do poço, as pessoas precisam levar uma mangueira de casa.

Boa parte do estado fica no hemisfério Norte, por isso, atualmente está na estação seca, chamada de “verão amazônico” – o período vai de outubro a março. Os meses de dezembro e janeiro são os mais secos, com registro de poucas chuvas.

Segundo o histórico de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foram registrados 4,2 milímetros de chuva em todo o mês de janeiro, 14% do esperado. Em fevereiro, choveu apenas 6,8 milímetros, dos 21% do esperado.

Em meio à seca no estado, que deve durar até abril, incêndios florestais consomem casas, animais e a vegetação. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que monitora a seca e as queimadas em todo o país, registrava 2 mil pontos de incêndio no estado até 28 de fevereiro de 2024, 30% de todos os focos de incêndio registrados no Brasil.

Fonte: G1 RORAIMA