PACARAIMA E AS TRILHAS DA ESPERANÇA

PACARAIMA E AS TRILHAS DA ESPERANÇA

9 de Março, 2021 0 Por Administrador

Foto: Santo

Atualizado em 10/03/2021

Com o fechamento da fronteira do Brasil com a Venezuela desde março de 2020, em razão da tentativa de conter a expansão do Corona vírus, a pequena Pacaraima, localizada a 214 km de distância de Boa Vista, tendo sido um ponto de passagem de muitos migrantes que saem do país vizinho e chegam ao território brasileiro em busca de dias melhores.

Foto: Santo

As margens da BR 174 estão montadas diversas estruturas de instituições brasileiras como Exército Brasileiro, Polícia Federal, Policia Rodoviária Federal, Receita Federal, entre outras. Nessas estruturas, em condições normais, funcionam serviços de fiscalização e controle de pessoas e produtos que cruzam a fronteira.

Com a interrupção desse fluxo na fronteira, migrantes e outros indivíduos que necessitam cruzar a fronteira desses países recorrem a alternativa mais usual na atualidade, as ”trochas”, como são conhecidas as trilhas clandestinas que interligam Brasil e Venezuela.

Foto: Santo

Os usuários das trilhas no território venezuelano utilizam os serviços de motociclistas que cobram em média R$80,00 pelo transporte de pessoas e produtos no itinerário da cidade venezuelana de Santa Elena do Uiarén a Pacaraima.

Populares, em sua maioria venezuelanos, transitam por essas vias e tentam acessar o território brasileiro para comprar comida, combustível e outros produtos necessários a suas subsistências. Outros cruzam a fronteira em busca de uma vida melhor, seja em Pacaraima ou em outra cidade do Brasil.

As adversidades nessa travessia não se resumem as diversas tentativas de burlar a fiscalização. Os usuários das trilhas precisam enfrentar as ações de “coiotes”, ladrões e outros exploradores dessa condição de vulnerabilidade desses migrantes. Esses transeuntes pagam propina para poder utilizar as trilhas e não serem flagrados e detidos pelas Forças de Segurança brasileiras.

Moradores de Pacaraima criticam as políticas sociais que estão sendo desenvolvidas na cidade. Eles já se consideravam preteridos em alguns serviços públicos em relação aos indígenas e agora sentem que estão sendo ainda mais prejudicados com o “inchaço” provocado pelos venezuelanos que se aglomeram em hospitais, escolas e outros serviços públicos.